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Douglas trata, neste livro, de um Ginzburg de “antes da fama”, de um Ginzburg nada pop, do Ginzburg de antes do impacto de O queijo e os vermes (1976) e de “Sinais: raízes de um paradigma indiciário” (1978). Se tais trabalhos marcam, indubitavelmente, a consagração desse autor e da microstoria que praticava (e seguiria praticando), tornando a ambos, cada vez mais, referências historiográficas em escala mundial, a dimensão massiva de seu sucesso acabou por relegar a segundo plano os rumos que percorrera até ali. No entanto, como em toda trajetória intelectual, a sua também não surgiu “do nada”, não nasceu pronta e não escapou a questionamentos e contestações. É a esse movimento que Douglas volta a sua atenção, puxando e, sobretudo, tensionando o fio aparentemente limpo e contínuo que o envolve para notar os rastros deixados pelo caminho e neles perceber os “nexos não necessariamente consensuais e coerentes” que marcam a produção de 1961 a 1976 do historiador italiano.  A análise de Douglas, portanto, não se deixa ofuscar pelo brilho do nome e da obra do autor que analisa, tratando a ambos como um objeto de estudo rigoroso e não de reverência cega ou festiva. Sem desrespeitá-los, trata-os também com uma boa dose de iconoclastia, sempre necessária para lidar com os grandes nomes da história da historiografia, ou, em termos mais amplos, da história intelectual. O resultado é, a meu ver, uma expressiva contribuição à compreensão da complexidade e riqueza da produção de um dos mais importantes e mais inovadores historiadores da segunda metade do século XX.

 

 

  • EDITORA: MILFONTES
  • IDIOMA: PORTUGUES
  • CAPA: BROCHURA
  • PÁGINAS: 150
  • FORMATO: 23X16 CM
  • ANO DE PUBLICAÇÃO: 2021
  • EDIÇÃO: 1ª
  • ISBN:  9786586207729
  • TIPO DE PAPEL: AVENA 80G
  • AUTOR: DOUGLAS MARIS ANTUNES COELHO

FEITIÇARIA E CULTURA POPULAR NA OBRA DE CARLO GINZBURG (1961-1976)

SKU: 9786586207729
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