Lucien Febvre, ao falar sobre o teólogo Martinho Lutero ou ao dissertar sobre o rio Reno, dizia ser necessário afastar polêmicas, lendas, camadas de mitos e interpretações. Guardadas as devidas proporções, no debate contemporâneo, para falar de Febvre e Bloch, precisamos usar os mesmos procedimentos. Esses historiadores clássicos, e talvez exatamente por isso, já não são figuras muito frequentes no debate qualificado da historiografia contemporânea. No entanto, continuam a reverberar, muitas vezes a partir de leituras de “orelhas”, contracapas, fragmentos e textos interpretativos de “segunda mão”. Uma reverberação que se dá no âmbito da historiografia e da cena política, principalmente na França, mas também no Brasil. Não é raro encontrarmos esses personagens recobertos de mitos, de polêmicas e diversas camadas de interpretações sobrepostas. Particularmente Marc Bloch, tornou-se alvo de disputas políticas. Em especial por sua atuação na Resistência contra os nazistas, e sua morte por fuzilamento, sua figura foi investida com componentes de “heroísmo”. Sobretudo a partir da década de 1990, a herança de Marc Bloch de alguma forma foi intensificada não apenas no âmbito intelectual, mas também cívico. O debate, com isso, gira em torno das apropriações de Marc Bloch por diferentes correntes políticas.
- EDITORA: MILFONTES
- IDIOMA: PORTUGUES
- CAPA: BROCHURA
- PÁGINAS: 288
- FORMATO: 23X16 CM
- ANO DE PUBLICAÇÃO: 2021
- EDIÇÃO: 1ª
- ISBN: 9786586207651
- TIPO DE PAPEL: AVENA 80G
- AUTOR: SABRINA MAGALHÃES ROCHA